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Se eu mandasse nisto

Se o mundo anda ao contrário, se as pessoas andam com as ideias trocadas, se as prioridades andam invertidas, se os deuses andam loucos, haja alguém para mandar nisto, por favor.

Se o mundo anda ao contrário, se as pessoas andam com as ideias trocadas, se as prioridades andam invertidas, se os deuses andam loucos, haja alguém para mandar nisto, por favor.

Se eu mandasse nisto

14
Jan18

É meu filho, desculpem lá.

Eu

Educar os filhos é uma coisa tramada, difícil até dizer chega. Nunca sabemos se estamos certos ou errados, se as decisões que tomamos foram as certas ou as erradas, se as escolhas que fizemos para eles foram as certas ou as erradas. Sabemos que queremos o melhor para eles e que, aparentemente, fizemos o melhor por eles.

Será que fizemos? Será que, quando fechamos os olhos acreditamos, mesmo, naquilo que fizemos? 

Claro como a água é que educar os filhos dos outros é muito mais fácil do que educar os nossos. Com os filhos dos outros temos sempre solução, sabemos sempre o que fazer, damos, ainda que em teoria, a palmada certa na hora certa. Os filhos dos outros, se fossem nossos, andavam sempre, mas sempre, na linha. Direitinhos como um fuso. 

Falta-me então saber o que é que falha, quando os genes não são dos outros, quando são nossos. Vimos as mesmas birras, assistimos aos mesmos disparates, ouvimos as mesmas respostas tortas. Porque raio não sai a palmada tão ligeira como sairia se os filhos não fossem nossos? Onde é que fica presa? Não pode, de todo, ser no tal amor que só os pais têm. Não pode, porque se sabemos o que é melhor para os outros, também sabemos o que é melhor para os nossos. Se funcionaria com o outro, então também funciona com os nossos. Se resolvia no caso deles, também temos de saber que resolve nos nossos. 

Mas não. 

Vimos, assistimos, ouvimos mas arranjamos sempre a bela da desculpa. É porque é pequeno, é porque está cansado, é porque não percebeu a ordem, é porque reage mal aos desconhecidos, é porque tem fome, é porque o dia foi cansativo....Os desgraçados dos filhos dos outros é que não podem ter dias maus. Não podem ter fome, nem sono, nem estar cansados. Não podem ser desarrumados, cabeças tontas, mentirosos.  

A verdade é que não é nada disto. A verdade é que quando fechamos os olhos e pensamos no assunto, sabemos que o remédio para as nossas queixas é exatamente aquele que usaríamos nos filhos dos outros. Sabemos que a decisão que tomamos não é a mais certa. Sabemos que devíamos ter proibido, que devíamos ter ralhado, que devíamos ter castigado, tal e qual como faríamos aos filhos dos outros. 

E sabemos, muitas vezes, que não fizemos o melhor para eles. Sabemos que fizemos o que era mais fácil para nós. 

E temos, muitas vezes, medo de ser pais de verdade. 

Acredito, e repito mil vezes para mim, durante um dia, que enquanto fizer o que é mais fácil estou, também, a fazer o que é menos certo. E isso está errado. 

Tento corrigir. Tento, mas nem sempre corrijo. 

 

Se Eu Mandasse Nisto...

....Os pais tinham coragem para ser pais de verdade. Porque faz falta, porque é preciso, porque é melhor para os filhos. 

 

 

 

 

 

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