O meu pai não é o melhor do mundo.
Ele sabe que não é.
Não sei se sabe, de cor, o dia do meu aniversário e, mesmo que saiba, não se lembra de certeza. Não sabe, seguramente o meu número de telefone. Sabe chegar à minha casa, mas não sabe a minha morada. Não conhece as minhas comidas favoritas, não sabe que musica oiço, não faz ideia do que gosto e do que não gosto.
Mas, preocupou-se o necessário.
Esteve sempre lá quando foi preciso.
Ajudou-me no que não sabia.
Deu-me, algumas vezes, o que não tinha.
Fez, muitas vezes, o que já não devia fazer e o que não podia fazer.
Trabalhou para garantir que não me faltava nada do que era essencial. Não me deu tudo, mas ensinou-me a trabalhar e a lutar para ir buscar o que faltava.
Fez sempre o melhor que podia e que sabia.
Fez, e continua a fazer. E isso basta. Não preciso de mais, nunca precisei de mais.
Se Eu Mandasse Nisto...
...os pais davam menos presentes e menos objetos e davam mais tempo, mais mimos e mais atenção. E isso, bastaria.