Abalou, abalou, sacudiu, balançou.
Estivéssemos em maré de carnaval e podia estar a falar da música, mas não estou. Hoje, o chão balançou e algumas pessoas não ganharam para o susto.
O abanão desta manhã traz à memória as histórias do ano de 1755 e faz-nos pensar na ideia de que, a sacudidela desse ano se pode voltar a repetir. E isso assusta.
Estaremos preparados para isso?
Hoje não foram registadas vitimas e não houve danos materiais. Mas, e se fosse um bocadinho mais forte, se as coisas não corressem tão bem, se 1755 desse um ar de graça (ou desgraça) em 2018? O sismo de 1755 pode ter tido uma magnitude próxima de 9, bem mais forte que os 4,9 de hoje. Como seria?
Hoje, já se ouviram relatos de sustos e de gente que ficou em pânico. Então e se fosse mais a sério? Não deviam as pessoas estar "treinadas" e "preparadas" para o que desse e viesse? Estando o nosso país numa zona de risco sísmico,não deveria a informação chegar a toda a gente de forma eficaz, de modo a que toda a gente estivesse minimamente preparada em caso de catástrofe? Não deviam ser feitos mais simulacros e os que são feitos não deviam ser levados mais a sério?
E já agora, não se devia olhar com outros olhos para as ruas que na baixa de Lisboa e, por exemplo, na Ribeira no Porto, são demasiado estreitas e ficarão intransitáveis se o abanão der para deitar casas abaixo? E não se devia pensar em formas de contornar a coisa?
E não se devia olhar para a forma como estão a ser feitas as recuperações de casas antigas, em que está a ser alterada a estrutura de suporte (porque fica mal ter um pilar a meio da sala ou uma viga na cozinha) e que assim coloca em risco toda a estrutura?
E não se devia olhar para as portas de acesso, para as saídas de emergência e ver que muitas vezes estão trancadas ou atulhadas de tralha que as faz ficar impossíveis de utilizar?
Hoje abalou, abalou, sacudiu, balançou, mas ficou-se por isso mesmo. Pode não ser sempre assim.
Se Eu Mandasse Nisto...
...."Antes da casa roubada, trancas à porta". A formação de prevenção era obrigatória.