Greve nos hipermercados
Os funcionários dos hipermercados ameaçam e ao que parece vão cumprir. Nos centros de distribuição já entraram em greve hoje e nas lojas começam amanhã. Para os hipermercados a ideia não deve agradar nada e para quem deixou as compras de Natal para o fim, a ideia deve agradar ainda menos. Paciência.
Tenho uma opinião muito própria a respeito das greves. Na maioria das vezes, o que acho é que os trabalhadores se entregaram nas mãos dos sindicatos e mais greve, menos greve, ficarão todos na mesma. Desta vez a minha opinião é diferente. Efetivamente as grandes superfícies geram milhões, geraram as maiores fortunas portuguesas e no entanto os trabalhadores recebem um ordenado que já não consegue fazer face às despesas da maioria das famílias. É preiso dar mais. E é preciso dar mais para receber mais.
Os empregadores têm de perceber que quem trabalha quer ganhar um salário que seja justo, que corresponda ao esforço desenvolvido, que faça com que as pessoas tenham vontade de dar mais um bocadinho, quando é necessário.
Mas...
Os trabalhadores também têm de saber que é preciso amor à camisola, que é preciso, às vezes, fazer um bocadinho mais , mais rápido e melhor. Também têm de saber estar, de cumprir, de não andarem constantemente à procura do bocadinho para não fazer.
Ainda assim parece-me que desta vez a razão está do lado de quem ameaça parar. São precisas mais e melhores condições de trabalho. É preciso reconhecer quem trabalha e quem se esforça. É preciso ver que há trabalhos e empregos, e há quem trabalhe e quem esteja empregado. E é preciso remunerar convenientemente quem dá o seu melhor.
Se Eu Mandasse Nisto....
..... os patrões percebiam que é preciso dar com uma mão para receber com a outra, que o salário mínimo não chega para alimentar uma família e que os bons trabalhadores têm de receber em conformidade.
P.S. Existirão sempre bons e maus trabalhadores, mas essa triagem tem e deve ser feita pelos gerentes de loja, pelos responsáveis ou pelos patrões. Só ficam os bons.