Nota negativa para os exames nacionais.
As notas da segunda fase dos exames nacionais saem hoje. Alguns milhares de alunos saberão hoje se continuam para o novo ano ou não. Se a candidatura à faculdade é possível ou não. Se o curso que querem está, ou não, ao seu alcance.
Mas antes que apareçam os resultados e com eles as estatísticas , importa olhar para aquilo que foram os exames, ou pelo menos, alguns deles.
Não os vi todos e muito menos os resolvi todos, até porque não o saberia fazer, mas os que vi levam-me a concluir que aquilo que o ministério pretende com estes exames não é verificar competências adquiridas ou não adquiridas, mas sim, criar um filtro que retenha alguns alunos.
Os exames que vi, não sendo difíceis, eram trabalhosos. Chatos. Cansativos. Com perguntas sem sentido e sem justificação para ali estarem.
E grandes. De tal forma grandes, que duvido que os professores os resolvam no tal 1/3 do tempo que é suposto. Impossível.
Daí que não me espante que haja resultados medíocres, quando podiam ser bons. Para além do stress inerente à realização de um exame, a ser posto à prova, a saber que o seu futuro depende em grande parte daquelas 2 horas, os alunos tiveram de lidar, ainda, com o cansaço, com o esgotamento mental, com a corrida contra o relógio, com a falta de tempo para uma revisão.
E não havia necessidade nenhuma que isto fosse feito assim. Para avaliar um aluno não são precisos exames de 2.30h ou 3h, não são precisas tantas perguntas nem que elas sejam tão "rebuscadas". Estes exames filtram muito, mas avaliam muito pouco.
Quanto aos critérios de correção e de classificação, são outra aberração. Cotar com zero uma pergunta só porque no final, no finalzinho mesmo, o aluno não apresenta o resultado com 2 algarismos significativos, é palermice. É estupidez. É não estar a avaliar nada. É não fazer a mínima ideia do que é uma escola, de quais são as competências essenciais, do que é que se pretende.
As notas que saírem hoje, não dizem nada e não são o reflexo de nada.(Ou serão de muito pouco e em muito poucos casos).
Se Eu Mandasse Nisto...
....avaliava-se, antes de tudo, o ministro da educação, o ministério, os programas, os exames e as escolas e depois, os professores e os alunos.