O adultério e a flatulência
Assim, de repente, quase que podia estar a falar de uma história romântica com um casal de personagens mas não é, de todo, essa a intenção.
Nos ultimos dias tem andado nas bocas do povo uma notícia sobre a decisão, quase cómica, não fosse a gravidade da situação, de um acordão do Tribunal da Relação do Porto, a propósito de um caso de adultério.
Ora, vamos lá ver...
O adultério, tal como a flatulência, não são crimes. São socialmente reprováveis, assim como são os arrotos em público e outras coisas que tais, mas não são crimes.
Assim sendo, justificar ou querer fazer crer que uma pessoa que não cumpre normas sociais desta natureza tem, ou deve ter, motivo para ser castigada, para se sujeitar a abusos é no mínimo anedótico. Patético, mesmo.
Por esta ordem de ideias, se da próxima vez que alguém arrotasse em público levasse um soco de outro alguém, não haveria problema, porque afinal estava a quebrar regras sociais e tinha mais era que se sujeitar ao castigo. Não significa isto que eu ache que devemos andar por aí a arrotar ou a libertar gases, mas também não acho que quem o faz tenha de sujeitar aos desvarios de quem não gosta.
Uma decisão destas revela um total desconhecimento da realidade onde vive. Revela uma total falta de sensibilidade. Revela uma total falta de competência para as funções que desempenha.
Se Eu Mandasse Nisto....
.... Esta pessoa não emitia mais nenhum despacho desta natureza. Saltava do lugar como uma pipoca.