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Se eu mandasse nisto

Se o mundo anda ao contrário, se as pessoas andam com as ideias trocadas, se as prioridades andam invertidas, se os deuses andam loucos, haja alguém para mandar nisto, por favor.

Se o mundo anda ao contrário, se as pessoas andam com as ideias trocadas, se as prioridades andam invertidas, se os deuses andam loucos, haja alguém para mandar nisto, por favor.

Se eu mandasse nisto

29
Nov17

O mar voltou a afundar vidas, mas .... continua azul.

Eu

Começa o mau tempo e voltam as histórias de gente que perde a vida no mar. Desta vez foi na Figueira da Foz e há já dois mortos confirmados e duas pessoas dadas como desaparecidas. 

Esta história já é velha. Ano atrás de ano lá se vai ouvindo a mesma coisa, ora porque o mar estava mau, ora porque o barco era velho e não tinha condições, ora porque saíram para mar sem haver condições.

Já alguém parou para pensar nisto? Parece-me que não. 

Num país que tem o tamanho do nosso (mínimo) e que tem uma largura de costa do tamanho da que nós temos, não devia o mar ser uma preocupação e uma prioridade? Não deviam as gentes do mar estar na lista das prioridades dos governantes? Não devia haver mais fiscalização mas ao mesmo tempo, ou talvez ainda antes, mais incentivos, mais direitos, mais ajudas?

Devia! 

Mas já alguém se deu ao trabalho de ver quanto é que custa colocar um barco no mar  para sair para a pesca? Já alguém fez contas à quantidade de gente que é preciso para labutar no mar, e contra ele, e depois comparar esses resultados com a quantidade de peixe que trazem e ao preço a que o deixam na lota? 

(O preço a que o peixe chega ao consumidor, não tem os mesmo algarismos nem pouco mais ou menos, que o peixe que os pescadores deixam na lota.) 

Já alguém fez contas ao valor real que corresponderá ao salário de um pescador? 

E já alguém fez o raciocínio básico e elementar que é deduzir que, se para ter comer na mesa ao fim do dia é preciso sair para o mar, eles vão sair quer o mar esteja calmo ou irrequieto? Porque a necessidade a isso obriga! Porque o seu sustento e o sustento dos filhos depende daquela saída para o mar. E vão. E arriscam. E muitas vezes, acontece o que aconteceu hoje, Morrem.

E amanhã, ou talvez ainda hoje, aparecerão os responsáveis pela pasta das pescas a lamentar os mortos, virá o primeiro ministro apresentar as condolências às familias, aparecerá o presidente da republica a comentar o assunto ou, talvez, a participar nos velórios ou nos enterros e depois....tudo na mesma. O mar vai continuar azul, as férias serão passadas a olhar para ele, as sardinhas custarão 5€ a unidade nas festas populares e os pescadores continuarão a ter a mesma vida, os mesmos barcos e as mesmas necessidades. Ano após ano. 

 

Se Eu Mandasse Nisto....

....Quem manda tirava os olhos da terra e punha os olhos no mar. Porque é preciso garantir que a arte da pesca é feita em segurança. Porque os pescadores merecem e os consumidores também. 

 

 

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